sexta-feira, 14 de maio de 2010

Regresso a Roma e o que adiante se verá

Balanço muito positivo da visita do Papa. À parte um ou dois recados, nem sombra de ultramontanismo e de integrismo.
Negativo: o tom acrítico da totalidade da imprensa e o seu tom festivo e celebratório. É necessário os jornalistas dizerem «o Santo Padre» e «Sua Santidade»? Também negativo, o modo como os críticos do Papa e da Igreja foram remetidos à condição de párias da Pátria. Igualmente negativo, a perseguição de Cavaco ao Bispo de Roma. Pelos vistos, o Trono preciso mais do Altar do que o contrário.

Nas próximas visitas a Chipre - em que os católicos romanos estão em esmagadora minoria - e, sobretudo, no Reino Unido - é que elas vão doer. Aguardemos.

P.S.: Na Grã-Bretanha - em que a comunidade católica romana é minoritária mas forte e expressiva - será interessante assistir às consequências dos casos de pedofilia, de que o caso Dawkins é um epifenómeno significativo, e aos efeitos reais da Anglicanorum Coetibus nas relações entre a Igreja Católica e a Igreja de Inglaterra e com a Comunhão Anglicana em geral.

Saldanha Sanches (1944-2010)





Entrevista na Pública, aqui (com a devida vénia ao Caminhos da Memória)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

O Papa em Portugal



Bispo de Roma, Vigário de Jesus Cristo, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Sumo Pontífice da Igreja Universal, [Patriarca do Ocidente], Primaz da Itália, Arcebispo Metropolita da Província Romana, Soberano do Estado da Cidade do Vaticano, Servo dos Servos de Deus

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Bons discursos de Bento XVI: a vocação histórica de Portugal no encontro de culturas e a natureza verdadeiramente "patriarcal" da Igreja portuguesa (fundadora de Igrejas locais pelo mundo e pelas terras de Missão); o valores da cultura e da civilização; o ecumenismo e o diálogo inter-religioso; a renovação da Igreja e a expiação dos seus pecados internos.
Tirando alguns pronunciamentos em blogues e, sobretudo, em comentários em blogues, não há sinais de ultramontanismo. Ainda bem.