sexta-feira, 7 de maio de 2010

"We are not amused"


Her Majesty Elizabeth the Second, by the Grace of God, of the United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland, and of Her other Realms and Territories, Queen, Head of the Commonwealth, Defender of the Faith
 Duke of Lancaster, Lord of Mann, Duke of Normandy

[e também Rainha de Antigua e Barbuda, das Bahamas, de Barbados, de Belize, do Canadá, de Granada, da  Jamaica, de Saint Kitts and Nevis, de Santa Lúcia, de Saint Vincent and the Grenadines, da Austrália, da Nova Zelândia, da Papua Nova Guiné, das Ilhas Salomão e de Tuvalu]

Very british

Um dos aspectos mais marcantes das eleições de ontem no Reino Unido foi a referência constante - assisti pela BBC e, em alguns momentos, pela Sky News - à Constituição. O que é interessante é que os Britânicos falam da Constituição como se tivessem uma. De facto, não têm ou, melhor, têm uma Constituição 'de facto' (não escrita, não codificada ou de facto). A ausência de um texto unificado e singular definido como a Constituição não significa a ausência de leis constitucionais, enquanto tal. A regra básica da Supremacia do Parlamento faz com que tenha esse estatuto aquilo que o Parlamento defina como tal.
Nos próximos dias - a menos que a coisa se resolva imediatamente com o pedido de demissão de Gordon Brown - vai ser interessante analisar o debate sobre a própria natureza da Constituição Britânica. David Cameron será Primeiro-Ministro se a Rainha o nomear. Mas a Rainha só o nomeará se Brown se demitir. A Rainha - dentro do sistema 'Queen in Parliament' - ocupa, neste dias, o centro da vida política britânica. Mas, como lembrava um erudito nestas questões ontem na BBC, a Rainha (e, provavelmente, o Privy Council) tem de ser "accionada".

*

Se os Tories formarem governo, vai ser interessante observar se as reformas constitucionais prosseguirão, nomeadamente:
- o processo de "devolution", sobretudo no caso da Escócia onde os Conservadores quase que desapareceram, e a própria configuração da União;
- a reforma da Câmara dos Lordes;
- a reforma eleitoral;
- a integração europeia;
- o estatuto da Igreja de Inglaterra.

Mas, provavelmente, a crise económica dominará grande parte do mandato. O certo é que, no actual e futuro contexto, a libra permanecerá.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

The Amazing Dr. Clitterhouse, de Antatole Litvak


The Amazing Dr. Clitterhouse, de Antatole Litvak (Warner Bros., 1938)

Brother Orchid, de Llyod Bacon


Brother Orchid, de Llyod Bacon (Warner Bros., 1940)

Sunset Boulevard, de Billy Wilder



De facto, nunca pensei que se tivessem tornado tão pequenos!
Fabulosa Gloria Swanson

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Transição

Muitas vezes na opinião que se publica surge a ideia de que haveria uma bondade intrínseca na transição espanhola em comparação com a revolução portuguesa. Como, aliás, nas independências das antigas colónias e inglesas, francesas ou outras. Uma dia voltarei a este último tema.
Os recentes acontecimentos relacionados com o processo contra Baltazar Garzón e com a Ley da la Memoria Histórica mostram-nos uma Espanha ainda irreconciliada, assente numa tensão e num equilíbrio instável que o tempo acentuará, designadamente a propósito do aprofundamento das autonomias regionais - em direcção a, na melhor das hipóteses, uma confederação ou, na pior, à secessão - e da sucessão da Coroa. A violência do Passado faz-se sentir a todos os níveis e a uma Espanha ultra-moderna tende a impôr-se o espinho de uma memória que vem da República, da Guerra Civil e do franquismo.
A nossa Revolução, por mais críticas que se lhe possam fazer, permitiu um arrumar da casa e não atirou para o futuro coisas por resolver. Os "fascistas" democratizaram-se e, tirando alguns abencerrages, os portugueses podem olhar-se face a face.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Rita Guerra - Eu Só Quero

Deus sabe o que me custa, posto que detesto a persona artística de Rita Guerra. Mas a voz é fabulosa e a memória de Gabriela Schaaf - que já aqui foi alvo de um apelo de «what happened?» - povoa-me a adolescência.

What happened? (II)


O que é que aconteceu a Teresa Silva Carvalho?

(quadro de Maluda)

O Regabofe, II

Várias são as vozes que, desde há vários anos, mas agora com maior incidência, clamam, ciclicamente, pela urgência de um emagrecimento do Estado. Tal emagrecimento passa, como é óbvio, pela racionalização dos recursos humanos, designadamente através de mecanismos que dificultem a entrada de mais funcionários. Já se percebeu, aliás, que a regra de «saem três, entra um» não é solução. Para além de ser uma medida cega - há funcionários e funcionários - não desonera o Estado, apenas transferindo a despesa da administração directa para a Caixa Geral de Aposentações.
O Parlamento, no momento em que tanto se apela à contenção da entrada de trabalhadores para a Administração Pública, acaba de aprovar, por larga maioria, uma proposta do CDS-PP, hoje publicada, que recomenda ao Governo a integração excepcional dos docentes contratados com mais de 10 anos de serviço. Um dia falarei das razões porque há docentes que se mantêm como contratados por tanto tempo. Agora, trata-se apenas de constatar a incongruência entre o discurso público da contenção e as acções que não visam outra coisa senão tentar pescar, à linha, todo o eleitorado que se consiga reunir. As eleições podem ser a qualquer momento.

91 anos de Pete Seeger - Where have all the flowers gone



O ano passado não assinalei os 90 anos de Pete Seeger