quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Apontamento

A pior ilusão é imaginar que os inimigos dos nossos inimigos, nossos amigos serão.

Rádio, V


Nunca abotoe um botão de um elevador em andamento…
Há várias maneiras de um homem se abotoar. Por exemplo: com milhares de contos!
Homem desabotoado vale por dois!
-Tem-se abotoado bem, ele… ah...!?
-Pois: abotoou-se e depois habituou-se…


Os Hunos foram os primeiros a considerarem-se hunos e indivisíveis. Indivisíveis porque eram primos.


As receitas dos médicos são as despesas dos doentes.


Um semideus é deus da cintura para cima ou da cintura para baixo?


Um domingo nunca vem só: traz a semana inteira.


As pilhas podem dar à luz: pilha és, mãe serás!


Até o tempo mal empregado se desconta para a Caixa!


Penso, logo rápido.


Uma carta de apresentação apresenta-se bem e o defeito que tem é ser tão usada.


Uma mulher fartava-se de lhe dizer:
- Não te Descartes marido, não te Descartes…
Ficou célebre como filósofo e matemático do século XVII…


Um carteiro quando faz batota, mete as cartas do 1º. esquerdo no 4º. frente.


Quando a família real joga às cartas todos estão proibidos de dizer: - Só me saem duques!



Pão com Manteiga, 2 (Lisboa, 1981)

A rádio, IV

Falta falar da Antena 2, antigo «Programa 2» da Emissora Nacional. Para além de ter contribuido fortemente para a minha educação musical - relembro O Canto e os Seus Intérpretes, de Maria Helena de Freitas -, a «Emissora 2» passava teatro radiofónico de qualidade, com adaptações notáveis de obras literárias e peças de teatro propriamente ditas. Relembro uma excepcional adaptação de Bastardos do Sol, de Urbano Tavares Rodrigues. Durante anos recebia uma revistinha com a programação do mês seguinte. Assinalava tudo aquilo que queria ouvir - e nem sempre cumpria. Mas era muito estimulante.

Na música erudita a minha grande referência é, ainda e sempre, o António Cartaxo. Como acontece relativamente a alguns outros (João Bénard, Victorino d'Almeida, Maria Helena de Freitas, David Mourão-Ferreira, Eduardo Prado Coelho), devo-lhe muito em sabedoria que não conservei.

A rádio, III

A melhor rádio que ouvi, ouvi-a a partir de 1979, na Rádio Comercial, nos bons velhos tempos da RDP - Rádio Comercial, que sucedeu ao Rádio Clube Português. Programas fabulosos: a 24ª Hora, os Cinco Minutos de Jazz, o Rock em Stock, o Café-Concerto, As Noites Longas do FM Stereo, O Som da Frente, O Calor da Noite, Musicando, A Grafonola Ideal e a Febre de Sábado de ManhãCantores do Rádio, TNT - Todos no Top, O Vapor, Morrison Hotel, Pedras Rolantes, o Pão com Manteiga - era a "doce mania de rádio". E claro, havia os programas que vinham do antigamente: o Quando o Telefona Toca - que também havia na Renascença - e os Parodiantes de Lisboa.

Depois veio a TSF - Rádio Jornal. Fixei-me nela. A rádio deixou de me fazer a companhia sistemática dos tempos antigos. Talvez volte...

P.S.: E o Em Órbita! Tentava gravar sempre - em cassetes - aqueles concertos fabulosos dos English Baroque Soloists, com direcção de John Eliot Gardiner.

A rádio, II

Quando despertei para a rádio era isto que se ouvia: a Emissora Nacional "de Radiodifusão" (só se dizia, "a Emissora Nacional", ou "a Emissora"), a Rádio Renascença ("Emissora Católica Portuguesa"), o Rádio Clube Português e os Emissores Associados de Lisboa (os chamados "postos pequenos")


A rádio

Hoje que a rádio em Portugal faz 75 anos, aqui deixo uma imagem da minha «telefonia» mais preciosa: o Grundig 945 W que a minha avó Teresa me ofereceu (a imagem não é do meu exemplar - foi retirada da Net - mas está igualzinho).