sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O pós-socratismo

Agora que o pós-cavaquismo está definido, quem será o rosto do pós-socratismo?
- António Costa?
- António José Seguro?
Talvez apostasse no segundo - até para permitir o paralelismo rotativista com Pedro Passos Coelho. Na última legislatura, o prestígio que lhe adveio das alterações que protagonizou quanto ao próprio funcionamento do Parlamento permitu-lhe ultrapassar o «Tó Zé».
Agora que Alegre ou será Presidente ou não será nada - será sempre um grande poeta -, tudo o mais é a violência do passado (Gama, João Soares), o bloco central de interesses (Vitorino) ou a irrelevância (Sérgio Sousa Pinto).
Que dirá o Velho?

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O bloqueio das forças

Alguém ainda se lembra das «forças de bloqueio» (do Presidente da República ao Tribunal de Contas)? Do «deixem-nos governar»? De quando a «qualidade da Democracia» não era tão invocada a torto e a direito? Tudo isto num contexto em que não havia televisões privadas, Internet e mesmo as rádios livres começavam a dar os primeiros passos? Alguém se lembra de um Ministro Adjunto que ditava a grelha do Telejornal? Francisco José Viegas lembra-o, e bem!
Suma summarum: é indiscutível que também este Governo lida muito mal com a liberdade de informação. Mas qual não lidou: Soares (aqueles telejornais... o Velho ele-próprio já o reconheceu)? Barroso e Santana (lembram-se de Marcelo?)? Deixem-me rir.

A histeria

Tem toda a razão Constança Cunha e Sá: «se a liberdade de expressão está, de facto, em causa, não se percebe porque é que a Oposição, nomeadamente, o PSD do dr. Rangel, não tira daí as devidas consequências e apresenta uma moção de censura na Assembleia da República. Ou, melhor, percebe-se: porque a Oposição sabe que, por pior que seja o eng. Sócrates, não existe qualquer alternativa ao seu famigerado Governo. Daí que apelar ao Presidente da República para que demita o primeiro-ministro, na situação em que o País se encontra, seja um exercício fútil que dificilmente pode ser levado a sério. Ou seja mais um sinal da histeria que por aí abunda».
E se como diz Miguel Serras Pereira o que estamos a assistir é «ao branqueamento antecipado de um próximo governo “de verdade”, e das suas previsíveis tentativas de berlusconização do regime por via presidencial ou “mista” (coligação da Presidência e forças político-partidárias eventualmente recombinadas), e de “limitação económica” agravada dos direitos sociais e liberdades», há todas as razões do mundo para não fazermos dos inimigos dos nossos inimigos nossos amigos.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Glorioso

Para os meus amigos do SCP

Nada me dá mais gosto do que ganhar aos lagartos.



Grandes Actrizes Portuguesas III - Catarina Avelar

Automatonofobia





Descobri o conceito de uma fobia de que parece que sofro: automatonofobia! O problema é que o conteúdo empírico do conceito aponta para coisas de que não tenho, em princípio, medo: estátuas de cera - só tenho medo das de pedra -, bonecos, palhaços...

A propósito. Há três sítios de horror. Dois em Roma: um é o museu-atelier Canova Tadolini, na Via del Babuino - onde me aventurei um dia, sozinho, sabe-se lá porquê, e de repente me vi rodeado de estátuas por tudo o que é sítio; o outro, é o cruzamento da Piazza delle Quattro Fontane, onde uma noite, também sozinho, apanhei um grande susto. Um outro, em Lisboa, a «Casa das Estátuas», acho que perto de Santa Engrácia e que nunca vi, graças a Deus, a não ser numa reportagem do Expresso.

Pessoas que me irritam, 2


Mas é mesmo bonita!

Euskadi


Diz-me um amigo basco:

«Supongo que despues de esto, la prensa y los partidos politicos españoles intentaran influiir y presionar a Portugal y su opinion publica en contra de ETA y del nacionalismo vasco (cosas muy diferentes). Estas noticias, a mi no me gustan, porque cuando voy a Portugal, intento y lo logro, escapar y olvidar de la presión y ambiente muy cargado que vivimos en el Pais Vasco...Y temo que ahora esto cambie.»

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Memórias do JI

O jardim-de-infância onde eu andei foi notícia numa publicação da Câmara Municipal de Almada. Parece que alguém fez uma tese sobre a experiência de fundação de um creche e jardim-de-infância, antes do 25 de Abril, por funcionárias autárquicas. Tem fotos e tudo. Sou fácil de identificar: sou o único que aparece em todas.

Leituras

Há que ler: apurar a distância de valter hugo mãe a e. e. cummings.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Acordo ortográfico

Um dos melhores contra-exemplos às virtualidades do acordo ortográfico é lapidarmente exibido por Ana Cristina Leonardo:«Aliás, não sei como as luminárias que tiraram o "p" a EGIPTO, suponho que com base no extraordinário argumento que não se pronuncia, resolvem a questão da palavra EGÍPCIO — será que nos vão obrigar a ler "EGÍTIO"?!

Os Poemas, II

INSCRIÇÃO

Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme.
Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme...

Camilo Pessanha, Clepsidra