domingo, 8 de fevereiro de 2009

Avaliação dos professores

As reivindicações dos professores começaram por ser mais do que justas. A divisão da carreira entre professores e professores titulares, em si acertada, naufragou num iníquo primeiro concurso de provimento em que um incrível sistema de pontuação exilou grande parte dos melhores professores num casulo de desmotivação e de sentimento de profunda injustiça. O modelo de avaliação do desempenho - burocrático, inefectivo - deu cabo do resto. O facto de não incidir nas competências científico-didácticas; o peso que começou por ser dado ao abandono e ao insucesso dos alunos; a mera possibilidade de os pais intervirem no processo; o poder-se ser avaliado por docentes de outras áreas disciplinares; o facto de haver docentes a ser avaliados por outros com habilitação académica inferior à sua - tudo isso concorreu para o completo desprestígio deste sistema de avaliação do desempenho docente.
Por outro lado, num país em que a administração central tende a ser hiper-regulamentadora, permitiu-se que as escolas regulamentassem elas próprias em demasia em sede de avaliação do desempenho a tal ponto que a equidade e a justiça podem ser postas em causa.
No entanto, o modelo provisório pode e deve ser aplicado pelas escolas.
Em primeiro lugar, porque a avaliação do desempenho não é um direito, mas um dever.
Em segundo, porque os prejuízos da sua não aplicação são superiores ao da sua aplicação.
Finalmente, porque na actual crise nacional e mundial, os professores têm emprego que, ao contrário do que por vezes se apregoa, está longe de ser mal pago. Quando todos os dias fecham empresas, não querer ser avaliado no desempenho de um emprego que se tem é, no mínimo, ridículo.

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