Várias são as vozes que, desde há vários anos, mas agora com maior incidência, clamam, ciclicamente, pela urgência de um emagrecimento do Estado. Tal emagrecimento passa, como é óbvio, pela racionalização dos recursos humanos, designadamente através de mecanismos que dificultem a entrada de mais funcionários. Já se percebeu, aliás, que a regra de «saem três, entra um» não é solução. Para além de ser uma medida cega - há funcionários e funcionários - não desonera o Estado, apenas transferindo a despesa da administração directa para a Caixa Geral de Aposentações.
O Parlamento, no momento em que tanto se apela à contenção da entrada de trabalhadores para a Administração Pública, acaba de aprovar, por larga maioria, uma proposta do CDS-PP, hoje publicada, que recomenda ao Governo a integração excepcional dos docentes contratados com mais de 10 anos de serviço. Um dia falarei das razões porque há docentes que se mantêm como contratados por tanto tempo. Agora, trata-se apenas de constatar a incongruência entre o discurso público da contenção e as acções que não visam outra coisa senão tentar pescar, à linha, todo o eleitorado que se consiga reunir. As eleições podem ser a qualquer momento.
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